quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

NEM SEMPRE É A MEMÓRIA: ALZHEIMER AFETA VISÃO, LINGUAGEM E MOTIVAÇÃO




Metade dos pacientes com Alzheimer pode não ter problemas de memória no início da doença

O mal de Alzheimer costuma ser associado a momentos de falta de memória, no entanto, nem sempre a memória é prejudicada no início da doença. Os sintomas podem se manifestar em problemas na linguagem, desorientação espacial ou mesmo falta de motivação, alerta Marek-Marsel Mesulam, diretor de neurologia cognitiva da Universidade de Northwestern.
A descoberta muda o diagnóstico clássico da doença, que afeta mais de um milhão de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Uma boa memória passa a não ser suficiente para descartar o Alzheimer como doença possível em seus primeiros sintomas.
"Há uma tendência de achar que Alzheimer é uma doença da memória que atinge os mais velhos, mas na verdade há diferentes tipos de Alzheimer", afirma Mesulam. "Algumas vezes a memória é o maior problema, mas não é sempre."
O neurologista norte-americano explica que são quatro os tipos de Alzheimer diagnosticados entre os 40 e 70 anos. Um deles afeta principalmente a memória, e é o tipo mais conhecido. No entanto, em outras três formas, o paciente pode não ter qualquer sintoma de falta de memória no início da doença.

O sintoma principal pode ser a afasia, quando a pessoa não encontra as palavras sistematicamente na hora de se expressar. Em outro tipo, há uma acentuada perda de motivação em atividades pelas quais a pessoa costumava se interessar ou por pessoas de seu círculo social, ou ainda elas estão fazendo coisas inapropriadas --"comprando demais, comendo demais".
Em uma quarta forma da doença, os primeiros sintomas aparecem com dificuldades de orientação.
O paciente não encontra as coisas, em casos mais dramáticos não veem os objetos mesmo quando estão à sua frente, parece que ele está sempre olhando para o lugar errado. Às vezes, o paciente não consegue fazer a cama por não achar a orientação correta do lençol."

M-Marcel Mesulam, pesquisador
Mudança no diagnóstico, alteração no tratamento
A importância desse novo olhar é a busca de um diagnóstico precoce correto --quanto mais cedo o diagnóstico, antes é possível começar o tratamento que retarda a doença, tendo em vista que ainda não há cura.
Segundo o pesquisador, a doença já está presente no cérebro dos pacientes muitos anos antes dos primeiros sintomas.
"É importante saber que se nem todo Alzheimer é igual, os tratamentos psicossociais devem ser diferentes", lembra Mesulam. A terapia usada para pessoas com problemas graves de memória não vai funcionar para um paciente que tenha problemas de linguagem, por exemplo.
A predominância dos tipos de Alzheimer que não têm a memória como sintoma principal pode chegar a metade dos casos entre pacientes de 40 a 70 anos, estima o pesquisador norte-americano.
O quadro foi apresentado no Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu em Porto Alegre.

Em relação aos medicamentos, Mesulam diz que, teoricamente, as drogas devem funcionar para todos os tipos. No entanto, são necessários estudos específicos.



Envelhecimento da população acende alerta
Em 2010, o Brasil tinha 19,6 milhões de idosos (10% da população brasileira). A estimativa do IBGE é de que essa população triplique até 2050, chegando a 66,5 milhões de pessoas.

A doença é mais comum conforme a idade avança. Em um estudo brasileiro de 2004, Ricardo Nitrini, professor da USP (Universidade de São Paulo), observou que, após os 65 anos, a taxa de demência dobra a cada 5 anos.
O Alzheimer é responsável por mais da metade dos casos de demência acima dos 65 anos, segundo o Ministério da Saúde.
Ainda pouco se sabe sobre como evitar o Alzheimer, no entanto, ao que parece, ter atividades desafiadoras para a mente aumenta o número de conexões criadas entre as células nervosas, e isso retarda os sintomas mais graves da doença.
Cristiane Capuchinho
Do UOL, em Porto Alegre

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

TESTE PODERÁ DETECTAR ALZHEIMER ANTES DOS PRIMEIROS SINTOMAS


Segundo os pesquisadores, embora ainda seja experimental, esse poderá ser o biomarcador ideal já que, até agora, foi 100% exato
Um novo teste não invasivo poderá ser capaz de detectar o Alzheimer de forma precoce, antes que sintomas fiquem evidentes. É o que sugere um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Zagreb, na Croácia.
Para o estudo, os pesquisadores realizaram exames neurológicos em 20 indivíduos com idade entre 63 e 87 anos. A metade dos participantes possuía habilidade cognitiva normal e o restante apresentava sinais de comprometimento. Todos os participantes foram submetidos a um exame chamado ‘magnetoencefalografia’, uma técnica de imagem para mapeamento do cérebro.

Resultados
Eles descobriram que as regiões pré-frontais dos cérebros dos participantes saudáveis ​​reagiram aos testes realizados. Por outro lado, entre os participantes que apresentaram sintomas associados à doença de Alzheimer as mesmas regiões não foram ativadas.
“É altamente provável que esses indivíduos tenham uma fase pré-clínica de Alzheimer, uma vez que mostram danos neuropsicológicos e neurofisiológicos característicos desse tipo de demência”, disse Sanja Josef Golubic, que fez parte do estudo. Os pesquisadores acreditam que, embora ainda seja experimental, esse pode ser o biomarcador ideal já que, até agora, foi 100% exato.
Doug Brown, da Associção Americana de Alzheimer, afirmou ao Daily Mail que, embora os resultados sejam animadores, ainda é muito cedo para tirar conclusões. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Human Brain Mapping.

Alzheimer
Não existe cura para o Alzheimer, mas os tratamentos atuais são capazes de diminuir os sintomas. Os pesquisadores do novo estudo esperam que o método poderá ajudar os médicos a diagnosticar e tratar o problema de forma mais eficiente. Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade da doença está aumentando — o que poderia ser um sinal da crescente taxa de expectativa de vida, já que os sintomas da doença geralmente não começam até a meia idade.
O grande desafio é detectar o aparecimento da doença em indivíduos com a capacidade cognitiva intacta, na esperança de que os traços da doença possam ser reversíveis. A doença pode progredir por mais de uma década antes de os pacientes apresentarem demência.
FONTE: VEJA – Saúde - Publicado em 4 out 2017, 18h37


terça-feira, 30 de maio de 2017

SINTOMAS DO MAL-ESTAR NA PONTA DA LÍNGUA


Sim, você leu certo! Essa parte do nosso corpo pode dar pistas de que algo não vai bem...

Você costuma observar a sua língua? Se não, deveria! Por ser uma região sensível do nosso corpo, ela logo denuncia qualquer desequilíbrio. No geral, a versão saudável é rosada, viçosa e brilhante. Em contrapartida, a presença de tremores, inchaço, marcas de dentes ou cor alterada demonstra problemas, segundo Eduardo Landini Lutaif Dolci, otorrinolaringologista da Clínica Dolci, emSão Paulo. “Levar esses sinais em consideração pode servir como um alerta do organismo de que algo de errado está acontecendo”, explica. Confira sete desses sinais:

1. MARCAS ESBRANQUIÇADAS

Pode indicar a existência de toxinas no estômago ou intestino. A causa? Em geral, má digestão ou digestão incompleta dos alimentos. Também pode ser sinal de acúmulo de muco. Neste caso, evite leite e derivados, e invista em comidas leves.

2. TOM AMARELADO

Aponta para o excesso de bile na vesícula biliar ou que o fígado não anda trabalhando muito bem. Na dúvida, converse com seu médico.

3. APARÊNCIA AZULADA

Alerta: o seu coração pode estar correndo perigo. Procure rapidamente um cardiologista.

4. LESÕES

Caroços irregulares, úlceras e feridas por mais de seis semanas são preocupantes. Há risco de infecções, inflamações ou até mesmo câncer. Por isso, devem sempre ser avaliadas por um profissional. Exames complementares (de sangue e até biópsias) podem ser necessários.

5. PALIDEZ

Sinal de anemia. Se a suspeita se confirmar, aposte em alimentos ricos em ferro, magnésio e zinco. Os vegetais de cor verde-escura devem fazer parte do cardápio.

6. ONDULAÇÕES

Isso acontece porque a língua está inchada e começa a ganhar as marcas dos dentes. Pode apontar para desidratação, alergias ou ATM (disfunção temporomandibular).

7. INCHAÇO OU VERMELHIDÃO

Essas características indicam possível falta de vitaminas, como ácido fólico ou vitamina B-12.

Fonte: Raquel Maldonado / Revista Ana Maria



domingo, 7 de maio de 2017

CUIDADOS COM OS OLHOS DEVEM AUMENTAR NA TERCEIRA IDADE

O sentido da visão permite às pessoas um maior contato com o mundo. Para o idoso, o sentido da visão ganha exponencial importância em seu dia-a-dia, seja no ambiente doméstico, seja principalmente no ambiente externo.

Por este motivo, os cuidados com os olhos devem ser tomados como fundamentais, principalmente na Terceira Idade. Muitas doenças que afetam esses órgãos são mais frequentes a partir dos 40 anos de idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 80% da população cega no mundo tem mais de 50 anos.
 


A Catarata, por exemplo, é considerada a maior causa de cegueira tratável, sendo que 85% dos casos acometem as pessoas com idade acima de 50 anos. “Ela se caracteriza por uma progressiva opacidade do cristalino, que é a lente que proporciona a nitidez e a acuracidade do sentido da visão, e que provoca a diminuição da qualidade visão”, explica Dr. Pedro Oliveira, diretor médico da ePharma, empresa líder no mercado de assistência de benefícios farmacêuticos.

Ela pode provocar desde pequenas distorções visuais até a cegueira. “Somente o procedimento cirúrgico recupera a capacidade visual do portador de catarata”, explica o médico. Não há tratamento clínico para os sintomas da catarata, da mesma forma que não há nenhum recurso de cuidado preventivo primário que altere o curso de evolução desta moléstia, mas o tabagismo é considerado como fator que potencializa o processo evolutivo da catarata.

Trata-se de uma condição degenerativa, que pode ser adquirida ou congênita - associada a herança genética de cada indivíduo - e que, uma vez instalado, evolui até a completa perda da transparência - ou como a própria definição da estrutura é identificada: da cristalinidade.

Dr. Pedro Oliveira, destaca ainda os agravos aos portadores de Diabetes. Essas pessoas têm 25 vezes maior risco de perda da visão e, segundo a OMS, a retinopatia diabética atinge mais de 75% dos pacientes que têm Diabetes há mais de 20 anos. “Esses pacientes precisam cumprir controle regular pelo oftalmologista e seguir rigorosamente o tratamento médico”, orienta o especialista.

O Glaucoma é outra doença ocular que pode levar à cegueira e a fase crônica atinge principalmente pessoas acima de 35 anos de idade. Ela é diagnosticada como uma lesão no nervo óptico, reduzindo o campo visual e vem acompanhada de pressão intraocular elevada na maioria dos diagnósticos. “O tratamento com colírios atende a maioria dos casos. Mas, em outros, pode ser necessária a intervenção cirúrgica”, explica Dr. Pedro Oliveira.

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é outra doença que afeta a visão e geralmente é diagnosticada em pacientes a partir dos 60 anos de idade. Segundo o médico, a DMRI afeta a área central da retina e com danos irreversíveis para o paciente: “O diagnóstico precoce é muito importante nesse caso. Isso ajuda a controlar os efeitos da doença”.

Fonte: Site Acre ao Vivo



ALÉM DO COLESTEROL, A ESTATINA TAMBÉM É EFICAZ CONTRA ALZHEIMER



Um novo estudo mostrou que as estatinas, remédio usado para reduzir a taxa de colesterol, reduzem em até 15% o risco de Alzheimer

As estatinas, utilizadas há décadas para controlar o colesterol, podem reduzir significativamente o risco de Alzheimer. A conclusão é de um estudo publicado recentemente no periódico científico JAMA neurology. 

No estudo, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram registros médicos de cerca de 400.000 pessoas e concluíram que homens que tomavam estatinas diariamente apresentaram uma redução de 12% no risco de Alzheimer. Nas mulheres, a diminuição foi ainda maior: 15%.

Os autores acreditam que esse efeito benéfico do medicamento no Alzheimer pode ser explicado pela interação entre o colesterol, substância regulada pelo remédio, e a proteína beta-amiloide, que desempenha um importante papel no desenvolvimento de demência. 

Outra hipótese está relacionada à propriedade anti-inflamatória das estatinas.

Segundo a análise, a pravastatina e a rosuvastatina, tipos de estatina, estão particularmente associadas à redução do risco de Alzheimer em mulheres. “O tipo de estatina para a pessoa certa pode ser um meio relativamente barato de diminuir o risco de Alzheimer”, disse  Julie Zissimopoulos, líder da pesquisa.

A partir dos 65 anos, o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer duplica aproximadamente a cada 5 anos. Estima-se que a demência afete uma em cada 14 pessoas acima dessa idade e uma em cada seis pessoas após os 80 anos.


Fonte: Veja


terça-feira, 14 de março de 2017

CAFÉ CONTRA ALZHEIMER? CAFEÍNA ESTIMULA ENZIMA QUE PROTEGE CONTRA DEMÊNCIA

Pesquisadores identificaram 24 compostos que estimulam uma enzima do cérebro capaz de nos proteger da demência.
E a notícia é boa para os amantes de café! Uma das substâncias benéficas é a própria cafeína, de acordo com os cientistas da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.


O grupo de cientistas descobriu ano passado que a enzima protetora, chamada NMNAT2, tem duas funções no cérebro: proteger os neurônios do estresse e combater o acúmulo da proteína Tau.

Eliminar a proteína Tau é muito importante, já que ela está associada a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Uma alteração na Tau é responsável pela morte de neurônios e combater a proteína pode ser uma alternativa para evitar o Alzheimer.

Com as informações descobertas em 2016, a equipe passou a testar substâncias para ver se elas aumentavam a produção da NMNAT2 no cérebro, para proteger os neurônios e acabar com a Tau.

Foram analisados mais de 1.280 compostos no estudo, publicado na revista Scientific Reports, e 24 deles aumentaram a produção de NMNAT2 no cérebro.

Qual foi a substância mais bem-sucedida? Cafeína

Para confirmar, os pesquisadores deram cafeína para camundongos modificados que produziam baixos níveis de NMNAT2. Como resultado, com o café os ratinhos começaram a produzir os mesmos níveis de enzima que ratos normais.
Além de ajudar na produção de NMNAT2, a cafeína também melhorou a memória de ratos geneticamente modificados para produzir altos níveis de Tau.
Podemos ajudar a avançar esforços para criar remédios que aumentam os níveis desta enzima no cérebro, bloqueando os efeitos debilitantes de doenças neurodegenerativas"

Hui-Chen Lu, professora de ciências bio-moleculares que liderou a pesquisa
Outro composto que impulsionou fortemente a produção da enzima no cérebro foi o rolipram, um medicamento cujo desenvolvimento como antidepressivo foi deixado de lado na década de 1990.
Também foram positivos os testes com ziprasidona, cantharidina, wortmannina e ácido retinóico. O efeito do ácido retinóico, derivado da vitamina A, também teve bom resultado.

"Aumentar nosso conhecimento sobre os caminhos no cérebro que parecem causar naturalmente o declínio desta proteína necessária é tão importante como a identificação de compostos que poderiam desempenhar um papel no futuro tratamento desde transtornos mentais debilitantes", afirma Lu. 


UOL, São Paulo