quarta-feira, 25 de março de 2015

MÉTODO SIMPLES DE PREPARO PODE CORTAR CALORIAS DO ARROZ EM ATÉ 60%

Uma xícara de arroz tem cerca de 240 calorias. Não é tão pouco, considerando que o grão é a base da alimentação brasileira e costuma ser ingerido em grande quantidade. Na segunda-feira, cientistas anunciaram um novo e simples modo de cozimento que pode reduzir seu número de calorias entre 50% e 60%.
O arroz possui dois tipos de amido: o digestível, absorvido pelo organismo, e o resistente, que não conseguimos digerir. Como o amido resistente não é quebrado em açúcar e absorvido pela corrente sanguínea, cientistas da Faculdade de Ciências Químicas do Sri Lanka buscaram formas de transformar o amido digestível em resistente, de modo a diminuir a quantidade de calorias do arroz.
Os pesquisadores desenvolveram um método de preparo que consiste em adicionar 1 colher de chá de óleo de coco à agua em ebulição e, somente em seguida, adicionar o arroz. Quando o grão cozinhar, ele deve ser refrigerado por 12 horas. "O resfriamento é essencial para transformar o amido digestível em resistente", afirma o líder do estudo, Sudhair A. James, que apresentou a descoberta no Encontro e Exposição Anual da Sociedade Americana de Química. "O ato de reaquecer o arroz não afeta os níveis de amido resistente", diz ele, cujo estudo ainda não foi publicado.
O próximo passo é estudar quais variedades do grão podem ser mais adequadas para este processo de redução de calorias. A equipe também investigará quais óleos, além do de coco, ajudam a transformar o amido.

Veja Online

terça-feira, 24 de março de 2015

Novo remédio oral contra o diabetes tipo 2 chega ao mercado


Pacientes que convivem com diabetes tipo 2 ganharam mais uma opção de tratamento para adoença. Acaba de chegar ao mercado um novo medicamento oral da classe dos inibidores de SGLT2, cujo mecanismo de ação permite a excreção do excesso de glicose pela urina. A empagliflozina (nome comercial: Jardiance), produzida pelos laboratórios Boehringer Ingerlheim e Eli Lilly, está sendo vendida ao preço médio de R$ 125 (caixa com 30 comprimidos).

Testes clínicos realizados com 1.616 pacientes de todo o mundo, inclusive brasileiros, mostraram que a empagliflozina também ajuda na redução do peso, uma vez que retira açúcar, ou seja, calorias do organismo. Pacientes que tomaram o medicamento na dose menor (10 mg) conseguiram perder 2,3kg após 24 semanas de avaliação, e aqueles que usaram a dose maior (25 mg) emagreceram 2,5kg no mesmo período.
Outras vantagens da droga comprovadas em estudo foram o controle da pressão arterial e a redução dos níveis de triglicérides (tipo de gordura ruim presente no sangue) e de ácido úrico. Todos estes fatores ajudam a diminuir o risco de complicações do diabetes, sobretudo de problemas cardiovasculares. No entanto, a empagliflozina aumentou o risco de infecções genitais nos pacientes.

— Foram episódios únicos, de fácil tratamento — diz o endocrinologista Douglas Barbieri, gerente médico de grupo da Eli Lilly.

Disfunção renal tira eficácia do medicamento

Segundo o nefrologista Artur Beltrame, a empagliflozina tem perda de eficácia em pessoas com disfunção renal moderada a grave.

— É um remédio que precisa de um rim bom, senão a glicose não chega até ele para ser eliminada — explica Beltrame, professor da Universidade Federal de São Paulo.
Ainda não existem estudos comparativos da eficácia da empagliflozina em relação a outros inibidores de SGLT2, como a dapagliflozina e a canagliflozina, que estão há mais tempo no mercado.
A nova droga foi testada com administração uma vez ao dia. Os melhores efeitos foram vistos em pacientes de 45 a 65 anos, com sobrepeso e hipertensão. Para pessoas acima de 75 anos, indica-se cuidado pela propensão à desidratação e à perda da função renal.

Fonte: EXTRA GLOBO 

NOVO MEDICAMENTO AJUDA A BARRAR A PROGRESSÃO DO ALZHEIMER

Um novo medicamento para Alzheimer apresentou benefícios para pacientes em estágio inicial da doença. O aducanumab foi testado em um pequeno estudo clínico com 166 pacientes, e os resultados foram apresentados na última sexta-feira (20/03), na Conferência Internacional de Doença de Alzheimer e Parkinson e Doenças Neurológicas Relacionadas, na França.

Os participantes do estudo foram divididos em cinco grupos. Quatro receberam doses diferentes do medicamento e um quinto tomou placebo. O tratamento diminuiu as placas de proteína beta-amiloide no cérebro dos pacientes. O efeito foi mais intenso quanto maior a dose que os pacientes receberam.
A farmacêutica responsável pelo desenvolvimento do produto, Biogen Idec ,vai começar o estudo clínico de fase III, mais amplo, ainda este ano. O diretor da empresa, George Scangos , disse em entrevista que os participantes do estudo foram selecionados cautelosamente, para excluir outras formas de demência diagnosticadas erroneamente como Alzheimer.
Fonte: Veja

segunda-feira, 23 de março de 2015

DISPOSITIVO DO GOOGLE PODE AJUDAR A CURAR O CÂNCER


O Google entrou com um pedido de patente na       Organização Mundial de Propriedade Intelectual       (WIPO) para um dispositivo para usar no braço         baseado em nanotecnologia  que pode destruir as células cancerígenas do sangue. A tecnologia chamada de Nanoparticle Phoresis é descrita como um dispositivo “capaz de modificar ou destruir um ou mais alvos no sangue que podem prejudicar a saúde”, o que inclui enzimas, hormônios, proteínas, células e outras moléculas. A tecnologia busca a mudança física ou química das substâncias invasoras através da transmissão de energia para os vasos sanguíneos. Essa energia pode ser liberada por frequência de rádio, campo magnético, impulso acústico ou luz infravermelha . "Ao reconhecer o alvo, que pode ser células de câncer, o aparelho modifica ou altera suas características; assim, o câncer poderá ser controlado", descreve a patente. De acordo com o site britânico The Telegraph, o Google declarou que está há, pelo menos, cinco anos de desenvolver um produto contra o câncer aprovado pelos médicos, mas fez questão de sinalizar que estão mais interessados em pesquisas sobre detecção do que modelos de tratamento.

Fonte: Época Negócios

quinta-feira, 19 de março de 2015

Vírus do HPV em meninas - Tire as suas dúvidas sobre a vacina


O Ministério da Saúde lançou novamente campanha de vacinação contra o vírus do HPV, causador do câncer de colo de útero, terceiro câncer que mais mata mulheres no Brasil.
A vacina é oferecida gratuitamente a meninas de 9 a 11 anos e protege contra os tipos mais letais do vírus. A imunização poderia evitar as cinco mil mortes anuais que acontecem por causa do desenvolvimento desse câncer facilmente prevenido.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recentemente aprovou a vacina para mulheres até 45 anos. Mas, para essa faixa etária, a imunização não é oferecida gratuitamente.
Muitas pessoas, no entanto, ficam receosas quando o assunto é vacinação contra o HPV, por causa de informações sobre o tema disseminadas principalmente na internet. A vacina pode causar paralisia de membros? Posso contrair o vírus por meio da vacina se minha imunidade estiver baixa? Veja essas e outras perguntas respondidas por especialistas na área:

1 - A vacina contra o HPV pode causar paralisia?
Logo no início da aplicação da vacina contra o vírus, notícias apontavam que algumas garotas ficaram paralisadas. No entanto, Isabela Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que foi provado se tratar de um caso de histeria coletiva.

"A vacina não causa paralisia. Milhões de doses já foram aplicadas no mundo todo há mais de 10 anos e não tem havido nenhum caso de evento adverso grave", tranquiliza a médica.

"O que aconteceu em São Paulo foi uma situação de histeria e medo. Tudo foi investigado e a situação que aconteceu foi mesmo de estresse. Já vi uma menina desmaiar com a vacina de hepatite B. Não era por causa da vacina, e sim do estresse", comenta a médica.
A especialista em cânceres ginecológicos e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, Angélica Nogueira, confirma a informação.

"Os casos que aconteceram no Brasil não tinham relação com a vacina. A imunização é segura e evita uma doença muito relevante. Esse mito tende a derrubar um benefício importante. Recomendo intensamente a vacina", alerta a médica.

2 - A vacina pode causar efeitos colaterais? Quais?
Isabela explica que toda vacina pode causar efeitos adversos. "São bem raros, mas acontecem", diz ela.

"A vacina contra HPV pode causar dor no braço e o local da aplicação pode ficar vermelho, inchado e um pouco quente. São eventos adversos esperados e comuns", diz ela.
Segundo a médica, os efeitos colaterais dessa vacina são bem mais fracos do que as de outras imunizações conhecidas e amplamente aceitas pela população, como a vacina contra difteria, coqueluche e tétano, que costuma causar febre.

3 - Os riscos dos efeitos colaterais compensam os benefícios que a vacina traz?
As especialistas são unânimes: sim, compensam. "Sem dúvida nenhuma, o risco tende a zero, é mínimo. São eventos adversos leves e o que se quer prevenir são cinco mil mortes por ano e mais 15 mil novos casos de câncer de útero no Brasil, o que mais mata a mulher brasileira", diz a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

"Outras vacinas bem mais complicadas são aplicadas na infância e os eventos adversos são tolerados. A vacina do HPV é muito segura e causa pouca reação nas meninas", diz Isabela.
Angélica complementa que, se o câncer de colo de útero não for prevenido, a doença também pode causar infertilidade, alterações no útero, intestino e urina e levar à morte. "No País é comum ser diagnosticada já em estágio avançado", alerta a ginecologista.

4 - Basta uma dose da vacina para estar imunizado?
"Não é isso o que os estudos mostram. Uma dose não é suficiente", alerta Angélica. "A maioria dos estudos diz que o ideal é tomar três doses".

O Ministério da Saúde oferece a segunda dose após seis meses da primeira e a terceira dose cinco anos depois da segunda aplicação, como forma de reforço.

"Tem de tomar no mínimo duas doses", diz Isabela. "Há dois esquemas de vacinação: para menores de 15 anos, são três doses no intervalo de cinco anos". Ela explica que o sistema imunológico de garotas abaixo de 15 anos responde melhor do que as mais velhas, fazendo com que o intervalo de cinco anos seja seguro.

"Na rede privada, no entanto, preferem oferecer tudo em seis meses, por receio de cinco anos depois a garota não voltar tomar a vacina. Também está correto", diz ela.
O outro esquema de vacinação é destinado às portadoras de vírus HIV, de nove a 26 anos. Pelo fato de o vírus prejudicar a resposta à vacina, a médica explica que não pode esperar cinco anos para aplicar a outra dose, sendo mais seguro aplicar as três dentro de seis meses.

5 - A vacina protege contra qualquer tipo de HPV?
"Há dezenas de tipos de vírus HPV, mas essa vacina cobre os quatro principais tipos, os que mais causam câncer de colo de útero", explica Angélica.

"A vacina protege contra os tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero e os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais", conta a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

"É importante lembrar, no entanto, que a mulher deve fazer os exames preventivos, como o Papanicolaou, da mesma forma", alerta Angélica.

6 - Tomando a vacina ainda é necessário usar preservativo?
Sim, é necessário. "O preservativo está indicado para prevenir várias doenças sexualmente transmissíveis (DST), como o HIV. A camisinha, no entanto, não protege 100% contra o HPV, já que não é necessário penetração para contrair o vírus", explica Isabela.

7 - A vacina é feita com vírus vivos? Se a imunidade estiver baixa, é possível pegar HPV ao se vacinar?
As especialistas explicam que não, a vacina não é feita com vírus vivos nem atenuados, como o caso das vacinas de catapora ou sarampo.

"Não se pega HPV tomando a vacina do HPV. Ela é feita com uma cápsula do vírus, mas sem o vírus dentro", explica Isabela.

"A pessoa vacinada fica com um vírus idêntico ao selvagem, mas sem conteúdo, sem DNA e sem aquilo que causa a doença. É apenas a cápsula", explica a médica.
O organismo, com essa cápsula, entende que é o vírus e fabrica anticorpos contra ele. A vacina protege mais pelo nível maior de anticorpos.

8 - O que acontece com quem opta por não se vacinar?
"Não vacinar é colocar a vida em risco. É uma doença com 50% de letalidade, uma doença grave", alerta Isabella. "Não faz sentido não se vacinar quando se tem uma imunização segura, gratuita e disponível para todas as meninas em todos os postos de saúde", diz ela.

Ela detalha que 80% da população sexualmente ativa, ao longo da vida, se infecta com o HPV. "Não é raro, não é um vírus do grupo de risco, não é um vírus que acontece com sexo inseguro. O HPV está no meio de todos nós", diz ela.

Isabela complementa: "A nossa realidade é de mulheres não vacinadas. Hoje, há muitas verrugas genitais, alta incidência de câncer de colo de útero, câncer da vagina e da vulva, além do homem, no canal anal e orofaringe. Se a mulher não puder se vacinar, ela precisa fazer uma adesão ao Papanicolaou, para identificar lesões precocemente e tratar. A vacina reduz o risco", diz a presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos.

9 - A proteção da vacina contra o HPV dura a vida inteira?
"Espera-se que não a vida toda, mas por muito tempo. De 10 a 15 anos é o que essa vacina já demonstra, mas toda vez que temos uma vacina com menos de 20 anos, não podemos falar que ela durará mais do que isso", diz Isabella. "É importante a vigilância, que existe no mundo todo, para identificar se precisa de reforços".
Isabella diz que as primeiras meninas que foram vacinadas no primeiro estudo científico estão sendo acompanhadas para verificar a duração da imunização.

10 - Por que a vacina não está disponível para meninos no Brasil?
Os meninos podem se beneficiar com a vacinação do HPV, explica Isabela, mas no Brasil a prioridade são as meninas. "O HPV é causa de câncer de pênis, mas esse câncer representa 2% dos casos em homens. Individualmente, é importante que o menino se vacine, mas levando em consideração questões de saúde pública, a prioridade são as mulheres, que estão morrendo a cada ano", explica a presidente da SBIm.

"A Anvisa, no entanto, também aprovou que a vacina seja usada em meninos, mas não é gratuita pelo Ministério da Saúde", diz Isabella.


Tribuna da Bahia - BA (12/03/2015)
por Elioenai Paes - iG São Paulo
Publicada em 11/03/2015 12:46:45


sexta-feira, 13 de março de 2015

Droga contra o colesterol aumenta risco de diabetes

As estatinas, que são as drogas mais utilizadas contra o colesterol, impedindo a ocorrência de doenças cardiovasculares como angina, infartos e derrames, trazem um risco: provocar diabetes.
A conclusão é de um estudo que acompanhou 8.749 participantes ao longo de seis anos, todos homens finlandeses de 45 a 73 anos e inicialmente não diabéticos. Ele foi publicado no periódico científico "Diabetologia", que é publicado pela Associação Europeia para o Estudo da Diabetes.
Um pouco mais de 2.000 participantes começaram a usar estatinas, como a sinvastatina (como o Zocor), a atorvastatina (Lipitor) ou a rosuvastatina (Crestor).
Enquanto 11,1% dos pacientes que tomavam estatinas adquiriram diabetes, 5,8% dos que não tomavam (6.607) foram diagnosticados com a doença.
Ou seja, a chance de ficar com diabetes é quase o dobro em quem usa estatinas em comparação a quem não usa. No Brasil, estima-se que 8 milhões usem as drogas.
Outros fatores também contribuem para adquirir o diabetes, como obesidade, histórico familiar da doença, fumo e uso de diuréticos e betabloqueadores (que combatem a taquicardia).
Mesmo quando descontados os efeitos dessas variáveis, o risco de se adquirir diabetes ainda era 46% maior entre quem usava estatinas. Os pesquisadores ainda não sabem dizer por que ou como isso acontece.
Quem tomava esses medicamentos apresentou uma secreção 12% menor de insulina. Também houve uma perda na sensibilidade ao hormônio ou seja, ele tem sua função prejudicada em pessoas que tomam estatinas.
"As estatinas são a `pedra fundamental` da terapêutica preventiva. Talvez seja um preço a se pagar", diz Raul Dias Filho, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Incor (Instituto do Coração)
Outros médicos também dizem que os benefícios conseguidos com a medicação podem superar os riscos.
"Graças às estatinas nós obtivemos uma diminuição significativa na incidência de doenças cardiovasculares, principal causa de morte atualmente", diz o médico e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Airton Golbert.
Antes consideradas "a nova aspirina", as estatinas também têm outros riscos associados. Cerca de um terço das pessoas se queixam de dores ou desconfortos musculares e ainda há risco de mal funcionamento do rim e do fígado, por exemplo.
Apesar da pletora de riscos, até mesmo a classe médica abusa da droga, diz a cardiologista e especialista em colesterol e hipercolesterolemia familiar Tânia Martinez. "Tem gente que come churrasco e toma estatina depois para evitar a formação de colesterol ruim, o que não é de forma alguma recomendável".
Tânia lembra ainda que, conforme as necessidades do paciente, o médico pode variar a escolha da estatina (algumas são mais potentes do que outras) e a dose, reduzindo o risco de efeitos colaterais.
Uma alternativa ao tratamento convencional com estatinas que vem sendo estudada por Dias Filho é a sua associação com a droga ezetimiba, medicamento que impede a absorção de gordura pelo intestino e, assim, também evita a formação de colesterol.
Quando as duas drogas são combinadas, a dosagem de estatina necessária é bem menor, diminuindo o risco de diabetes. Dias Filho está conduzindo estudos para saber se a ezetimiba também provocaria a doença.
Outra alternativa, que está sendo estudada no exterior, é a injeção de anticorpos contra uma enzima chamada PCSK9, que atua na formação do colesterol ruim.

Fonte: Folha de S.Paulo
Autor: GABRIEL ALVES

quarta-feira, 11 de março de 2015

Brasil tem mais diabéticos do que se pensava, revela estudo



Brasil possui cerca de 16 milhões de diabéticos, número 34% superior ao divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), segundo estudo realizado pela Dapx (consultoria em inteligência de mercado voltada para Saúde). Sob uma nova metodologia, as informações de pacientes saíram dos bancos de dados exclusivos da companhia, envolvendo informações dos sistemas de saúde privado, público e consumo em farmácias no período de 2008 a 2013.
No mundo
O trabalho foi publicado durante evento nacional da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Rio de Janeiro, e evento internacional, promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas Alberto Salazar, da Universidade do Porto, de Portugal, ambos no final de 2014.
A metodologia levou em conta os índices de riscos (médio, alto e muito alto), segundo o IBGE, sobre pacientes que possuem o diagnóstico de Diabetes Mellitus e também são portadores de Hipertensão Arterial, uma das principais doenças associadas ao diabetes.
De acordo com a ANS existem 12 milhões de diabéticos no Brasil (Dados de 2013 do IBGE*), enquanto a Dapx registrou 16 milhões de portadores da doença.
A empresa afirma ter se dedicado ao diabetes por ser uma doença que demanda muita atenção do Governo e da indústria farmacêutica. Para a consultoria americana Kantar Health, em 2035, 1 em cada 10 mil habitantes será diabético no mundo.
Fonte: Site Saúde Business 365



segunda-feira, 9 de março de 2015

Suplementação de vitaminas: quem deve tomar e quando


Médico lista as situações que pedem suplementos vitamínicos e os perigos do consumo irresponsável desses complementos
Um dos assuntos mais controversos da medicina moderna é a suplementação de vitaminas e minerais em pessoas saudáveis. A constante busca por uma vida mais longa e saudável costuma motivar o consumo desses produtos. Todo mundo quer melhorar o que já tem, mesmo que o que se tenha seja considerado uma boa saúde. Sem entrar no mérito das evidências científicas: duvido que algum entre todos dos leitores deste texto nunca tenha tomado algum tipo de complemento vitamínico ou alimentar. Prescrito ou não pelo médico, recomendado por algum conhecido, ou sugerido por uma pressão midiática ou da indústria farmacêutica.
Não há como escapar. Ingressar numa rede de farmácias dos Estados Unidos, ou mesmo no Brasil, é certeza de se deparar com no mínimo um corredor inteiro só com essa classe de produtos. E se ainda não o convenci, caro leitor, da importância do assunto, que tal alguns números? Estamos falando de uma indústria de receita anual de mais de 20 bilhões de dólares apenas nos Estados Unidos.
Cada uma das vitaminas seria tema para um texto inteiro, mas é importante reforçar que, para a grande maioria delas, não há uma evidência clara quanto ao benefício da suplementação em pessoas saudáveis. Por isso, em vez de discorrer sobre quem é saudável e não necessita de suplementaçnao, prefiro definir quem pode vir a sofrer de uma carência vitamínica que mereça uma eventual suplementação. A seguir:

Gestantes
As gestantes têm benefício comprovado na suplementação de ácido fólico e ferro, que diminuem o risco de má formação fetal e de anemia, respectivamente.

Pessoas com mais de 60 anos
Não pela idade em si, mas pela prevalência maior de doenças e de uso de medicações que afetam a absorção vitamínica e menor exposição ao sol, pessoas nessa faixa etária podem se beneficiar de uma investigação quanto a carência de vitamina B12 e vitamina D.

Pacientes com problemas gastrointestinais e praticantes de dietas restritivas
Pessoas que sofrem de doenças intestinais, que passaram por cirurgias para tratar a obesidade ou que sofrem de problemas nutricionais devido a hábitos de vida, como o etilismo ou dietas muito restritivas merecem uma atenção especial e podem ter carência de diversos minerais e vitaminas.

Quem tem problemas no fígado
Pessoas que sofrem de hepatite gordurosa (a inflamação causada pela "gordura no fígado) podem se beneficiar da suplementação de vitamina E.

De qualquer forma, é importante ressaltar que as informações listadas acima referem-se a pessoas portadoras de doenças e que merecem tratamentos específicos de acordo. O que é curioso é o argumento da grande maioria dos usuários de suplementos diante da informação relacionada às baixas necessidades diárias e de que uma dieta razoável já as contemplaria. "Se não fizer bem, pelo menos mal não faz..." Apenas para dar um contraponto científico, sem entrar no mérito de que se não fizer bem pode estar fazendo mal para as economias do paciente (sim, vitaminas são caras). Há muitas controvérsias a essa afirmação. Estudo já mostraram, por exemplo, que grupos que tomavam regularmente complexos vitamínicos tinham uma mortalidade cardiovascular ligeiramente maior do que o grupo que não tomava.

O que já é sabido e comprovado, também listado a seguir:
A vitamina que realmente pode causar uma intoxicação quando usada em excesso é a vitamina A
Realmente, a manifestação de uma hipervitaminose A é gravíssima e vale a pena o leitor saber a composição do que está ingerindo principalmente quanto a este componente. O sintoma principal é a "hipertensão intracraniana" ou "pseudo-tumor cerebral", cujos sintomas são cefaléia de forte intensidade, náuseas e vômitos.
A vitamina D, um tópico extenso, muito na moda, tem poucas fontes alimentares
A vitamina sintetizada pelo próprio corpo humano quando há exposição solar e tem poucas fontes alimentares, mostra-se numa epidemia de carência. A conclusão é que as pessoas tomam cada vez menos sol. Muitos leitores tiveram a experiência de na infância tomarem óleo de fígado de bacalhau. O alimento que descobriram que curava o raquitismo (doença do desenvolvimento ósseo na infância), nos países nórdicos que tem invernos prolongados e escuros. Para os ossos a evidência do benefício é clara.
A cada aula de congresso médico dos mais variados temas, aparecem mais e mais citações falando a seu favor e dos benefícios nos mais diversos sistemas e não só no osso. Mito ou milagre? Muitos se perguntam. Pode ser que tudo mude nos anos que estão por vir como aconteceu e acontece na medicina, mas a perspectiva de que os benefícios da suplementação de vitamina D estejam muito além do osso é bastante plausível. Entre suplementar e tomar sol, o último nasceu para todos e de forma gratuita. Num país tropical como o Brasil, acaba saindo mais barato, desde que fora dos horários de pico para não lesar a pele.
A vitamina B12 é mais escassa em idosos
A vitamina B12 é também um tema amplo na medicina, um assunto que já rendeu três prêmios Nobel. Sua necessidade envolve a produção de DNA, ou seja, fundamental para todas as células do corpo humano. Sua carência pode se manifestar mais comumente com anemia e disfunções neurológicas, entre elas alterações de memória. Uma série de medicações e de condições médicas pode afetar sua absorção. Ainda que seu estoque no corpo dure 5 anos, sua deficiência é vista com certa freqüência na população idosa.

A suplementação sem necessidade de cálcio não é isenta de efeitos colaterais
Além de causar constipação intestinal, tomar cálcio, ainda que beneficie os ossos, pode resultar num aumento de problemas circulatórios. A idéia disso é que uma dose alta de cálcio não iria se depositar apenas nos ossos, onde gostaríamos, mas também nas paredes das artérias, o que as tornaria mais rígidas.

Ainda que se pudesse falar sobre uma série de suplementos a conclusão é a que todos deveriam supor. Mesmo para essas suplementações é mais do que recomendada a abordagem da necessidade e das indicações com um profissional qualificado. Tire as suas dúvidas antes de fazer qualquer tratamento por conta própria. Fica a pergunta: incluímos ou não essas suplementações entre os hábitos de vida saudáveis? Salvo populações com fatores de risco ou doenças específicas, a controvérsia ainda existe.

Paulo Camiz é professor, clínico geral e geriatra da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas de São Paulo
O Estado de S.Paulo


quarta-feira, 4 de março de 2015

Planos passam a oferecer pediatra 'delivery'

Estudos apontam que até 70% dos casos nas emergências infantis não são graves e dispensariam ida ao hospital.Empresas também atendem por telefone; outros países dão suporte à distância até na rede pública Planos de saúde voltados ao público de alto padrão e empresas de serviços médicos têm oferecido visitas domiciliares de pediatra e plantão telefônico para evitar que pais levem seus filhos aos hospitais sem necessidade. Vários estudos apontam que até 70% dos casos atendidos nas emergências infantis não são graves e poderiam ser resolvidos pelo médico no consultório ou por telefone. Países como a Inglaterra, o Canadá e a Espanha já oferecem serviços de suporte médico à distância, também para adultos, inclusive no sistema público de saúde.No caso da pediatria, é comum hoje as famílias relatarem dificuldade em ter um pediatra ou um médico de família à disposição. Por isso, recorrem aos prontos-socorros, onde há a certeza de que a criança será examinada e medicada se for o caso.A Omint oferece um plantão telefônico com pediatras 24h à disposição, que tiram dúvidas corriqueiras dos pais, orientando-os em questões como febre, resfriados e dosagens de remédio. Mas os médicos não podem fazer diagnósticos ou prescrever medicações por telefone, segundo norma do CFM (Conselho Federal de Medicina). Então, quando o caso requer atenção maior, como febre que não passa ou uma infecção de garganta, o pediatra vai até a casa da criança. "Além de os pais não precisarem sair à noite com seu filho doente, evitam expor a criança a ambientes contaminados, como o dos hospitais", diz Marcos Loreto, gerente-médico da Omint.O pediatra vai munido de remédios básicos, como analgésicos e antitérmicos, e um kit que permite avaliar se a infecção de garganta é causada por vírus ou bactéria, por exemplo, e prescreve o antibiótico, se for o caso."É mais cômodo. Evita essa coisa de pôr criança no carro, ela enjoar e, quando chega ao PS, estar pior do que quando saiu de casa", diz Paula Iecco, mãe de Thomás, 12, que usa o serviço. A empresa espanhola Advance Medical, que abriu recentemente uma filial no Brasil, também oferece suporte médico pediátrico e para adultos por meio de diversas plataformas."Pode ser telefone, email, WhatsApp, o que o cliente preferir. Barreira de comunicação não pode ser um problema", afirma o diretor-geral Caio Soares. Ainda neste ano, haverá a oferta de atendimento domiciliar.O serviço é contratado diretamente pelo RH das empresas, como um benefício extra ao funcionário, além do plano de saúde.Na Amil, o plantão telefônico pediátrico é feito por enfermeiras, com pediatra na retaguarda. O serviço começou voltado para gestantes e bebês e hoje atende crianças até 12 anos. Segundo a pediatra Izabel Pellicciari, responsável pelo programa, são 1.500 ligações ao mês. Em mais de 90% delas, as dúvidas são resolvidas à distância, sem que a criança tenha de ir ao hospital.Para o clínico-geral Gustavo Gusso, professor de USP, o serviço médico à distância é tendência no resto do mundo. "Mas é preciso ter profissionais bem formados e capacitados para esse suporte."


Fonte: Folha de S.Paulo