quarta-feira, 11 de março de 2015

Brasil tem mais diabéticos do que se pensava, revela estudo



Brasil possui cerca de 16 milhões de diabéticos, número 34% superior ao divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), segundo estudo realizado pela Dapx (consultoria em inteligência de mercado voltada para Saúde). Sob uma nova metodologia, as informações de pacientes saíram dos bancos de dados exclusivos da companhia, envolvendo informações dos sistemas de saúde privado, público e consumo em farmácias no período de 2008 a 2013.
No mundo
O trabalho foi publicado durante evento nacional da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Rio de Janeiro, e evento internacional, promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas Alberto Salazar, da Universidade do Porto, de Portugal, ambos no final de 2014.
A metodologia levou em conta os índices de riscos (médio, alto e muito alto), segundo o IBGE, sobre pacientes que possuem o diagnóstico de Diabetes Mellitus e também são portadores de Hipertensão Arterial, uma das principais doenças associadas ao diabetes.
De acordo com a ANS existem 12 milhões de diabéticos no Brasil (Dados de 2013 do IBGE*), enquanto a Dapx registrou 16 milhões de portadores da doença.
A empresa afirma ter se dedicado ao diabetes por ser uma doença que demanda muita atenção do Governo e da indústria farmacêutica. Para a consultoria americana Kantar Health, em 2035, 1 em cada 10 mil habitantes será diabético no mundo.
Fonte: Site Saúde Business 365



segunda-feira, 9 de março de 2015

Suplementação de vitaminas: quem deve tomar e quando


Médico lista as situações que pedem suplementos vitamínicos e os perigos do consumo irresponsável desses complementos
Um dos assuntos mais controversos da medicina moderna é a suplementação de vitaminas e minerais em pessoas saudáveis. A constante busca por uma vida mais longa e saudável costuma motivar o consumo desses produtos. Todo mundo quer melhorar o que já tem, mesmo que o que se tenha seja considerado uma boa saúde. Sem entrar no mérito das evidências científicas: duvido que algum entre todos dos leitores deste texto nunca tenha tomado algum tipo de complemento vitamínico ou alimentar. Prescrito ou não pelo médico, recomendado por algum conhecido, ou sugerido por uma pressão midiática ou da indústria farmacêutica.
Não há como escapar. Ingressar numa rede de farmácias dos Estados Unidos, ou mesmo no Brasil, é certeza de se deparar com no mínimo um corredor inteiro só com essa classe de produtos. E se ainda não o convenci, caro leitor, da importância do assunto, que tal alguns números? Estamos falando de uma indústria de receita anual de mais de 20 bilhões de dólares apenas nos Estados Unidos.
Cada uma das vitaminas seria tema para um texto inteiro, mas é importante reforçar que, para a grande maioria delas, não há uma evidência clara quanto ao benefício da suplementação em pessoas saudáveis. Por isso, em vez de discorrer sobre quem é saudável e não necessita de suplementaçnao, prefiro definir quem pode vir a sofrer de uma carência vitamínica que mereça uma eventual suplementação. A seguir:

Gestantes
As gestantes têm benefício comprovado na suplementação de ácido fólico e ferro, que diminuem o risco de má formação fetal e de anemia, respectivamente.

Pessoas com mais de 60 anos
Não pela idade em si, mas pela prevalência maior de doenças e de uso de medicações que afetam a absorção vitamínica e menor exposição ao sol, pessoas nessa faixa etária podem se beneficiar de uma investigação quanto a carência de vitamina B12 e vitamina D.

Pacientes com problemas gastrointestinais e praticantes de dietas restritivas
Pessoas que sofrem de doenças intestinais, que passaram por cirurgias para tratar a obesidade ou que sofrem de problemas nutricionais devido a hábitos de vida, como o etilismo ou dietas muito restritivas merecem uma atenção especial e podem ter carência de diversos minerais e vitaminas.

Quem tem problemas no fígado
Pessoas que sofrem de hepatite gordurosa (a inflamação causada pela "gordura no fígado) podem se beneficiar da suplementação de vitamina E.

De qualquer forma, é importante ressaltar que as informações listadas acima referem-se a pessoas portadoras de doenças e que merecem tratamentos específicos de acordo. O que é curioso é o argumento da grande maioria dos usuários de suplementos diante da informação relacionada às baixas necessidades diárias e de que uma dieta razoável já as contemplaria. "Se não fizer bem, pelo menos mal não faz..." Apenas para dar um contraponto científico, sem entrar no mérito de que se não fizer bem pode estar fazendo mal para as economias do paciente (sim, vitaminas são caras). Há muitas controvérsias a essa afirmação. Estudo já mostraram, por exemplo, que grupos que tomavam regularmente complexos vitamínicos tinham uma mortalidade cardiovascular ligeiramente maior do que o grupo que não tomava.

O que já é sabido e comprovado, também listado a seguir:
A vitamina que realmente pode causar uma intoxicação quando usada em excesso é a vitamina A
Realmente, a manifestação de uma hipervitaminose A é gravíssima e vale a pena o leitor saber a composição do que está ingerindo principalmente quanto a este componente. O sintoma principal é a "hipertensão intracraniana" ou "pseudo-tumor cerebral", cujos sintomas são cefaléia de forte intensidade, náuseas e vômitos.
A vitamina D, um tópico extenso, muito na moda, tem poucas fontes alimentares
A vitamina sintetizada pelo próprio corpo humano quando há exposição solar e tem poucas fontes alimentares, mostra-se numa epidemia de carência. A conclusão é que as pessoas tomam cada vez menos sol. Muitos leitores tiveram a experiência de na infância tomarem óleo de fígado de bacalhau. O alimento que descobriram que curava o raquitismo (doença do desenvolvimento ósseo na infância), nos países nórdicos que tem invernos prolongados e escuros. Para os ossos a evidência do benefício é clara.
A cada aula de congresso médico dos mais variados temas, aparecem mais e mais citações falando a seu favor e dos benefícios nos mais diversos sistemas e não só no osso. Mito ou milagre? Muitos se perguntam. Pode ser que tudo mude nos anos que estão por vir como aconteceu e acontece na medicina, mas a perspectiva de que os benefícios da suplementação de vitamina D estejam muito além do osso é bastante plausível. Entre suplementar e tomar sol, o último nasceu para todos e de forma gratuita. Num país tropical como o Brasil, acaba saindo mais barato, desde que fora dos horários de pico para não lesar a pele.
A vitamina B12 é mais escassa em idosos
A vitamina B12 é também um tema amplo na medicina, um assunto que já rendeu três prêmios Nobel. Sua necessidade envolve a produção de DNA, ou seja, fundamental para todas as células do corpo humano. Sua carência pode se manifestar mais comumente com anemia e disfunções neurológicas, entre elas alterações de memória. Uma série de medicações e de condições médicas pode afetar sua absorção. Ainda que seu estoque no corpo dure 5 anos, sua deficiência é vista com certa freqüência na população idosa.

A suplementação sem necessidade de cálcio não é isenta de efeitos colaterais
Além de causar constipação intestinal, tomar cálcio, ainda que beneficie os ossos, pode resultar num aumento de problemas circulatórios. A idéia disso é que uma dose alta de cálcio não iria se depositar apenas nos ossos, onde gostaríamos, mas também nas paredes das artérias, o que as tornaria mais rígidas.

Ainda que se pudesse falar sobre uma série de suplementos a conclusão é a que todos deveriam supor. Mesmo para essas suplementações é mais do que recomendada a abordagem da necessidade e das indicações com um profissional qualificado. Tire as suas dúvidas antes de fazer qualquer tratamento por conta própria. Fica a pergunta: incluímos ou não essas suplementações entre os hábitos de vida saudáveis? Salvo populações com fatores de risco ou doenças específicas, a controvérsia ainda existe.

Paulo Camiz é professor, clínico geral e geriatra da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas de São Paulo
O Estado de S.Paulo


quarta-feira, 4 de março de 2015

Planos passam a oferecer pediatra 'delivery'

Estudos apontam que até 70% dos casos nas emergências infantis não são graves e dispensariam ida ao hospital.Empresas também atendem por telefone; outros países dão suporte à distância até na rede pública Planos de saúde voltados ao público de alto padrão e empresas de serviços médicos têm oferecido visitas domiciliares de pediatra e plantão telefônico para evitar que pais levem seus filhos aos hospitais sem necessidade. Vários estudos apontam que até 70% dos casos atendidos nas emergências infantis não são graves e poderiam ser resolvidos pelo médico no consultório ou por telefone. Países como a Inglaterra, o Canadá e a Espanha já oferecem serviços de suporte médico à distância, também para adultos, inclusive no sistema público de saúde.No caso da pediatria, é comum hoje as famílias relatarem dificuldade em ter um pediatra ou um médico de família à disposição. Por isso, recorrem aos prontos-socorros, onde há a certeza de que a criança será examinada e medicada se for o caso.A Omint oferece um plantão telefônico com pediatras 24h à disposição, que tiram dúvidas corriqueiras dos pais, orientando-os em questões como febre, resfriados e dosagens de remédio. Mas os médicos não podem fazer diagnósticos ou prescrever medicações por telefone, segundo norma do CFM (Conselho Federal de Medicina). Então, quando o caso requer atenção maior, como febre que não passa ou uma infecção de garganta, o pediatra vai até a casa da criança. "Além de os pais não precisarem sair à noite com seu filho doente, evitam expor a criança a ambientes contaminados, como o dos hospitais", diz Marcos Loreto, gerente-médico da Omint.O pediatra vai munido de remédios básicos, como analgésicos e antitérmicos, e um kit que permite avaliar se a infecção de garganta é causada por vírus ou bactéria, por exemplo, e prescreve o antibiótico, se for o caso."É mais cômodo. Evita essa coisa de pôr criança no carro, ela enjoar e, quando chega ao PS, estar pior do que quando saiu de casa", diz Paula Iecco, mãe de Thomás, 12, que usa o serviço. A empresa espanhola Advance Medical, que abriu recentemente uma filial no Brasil, também oferece suporte médico pediátrico e para adultos por meio de diversas plataformas."Pode ser telefone, email, WhatsApp, o que o cliente preferir. Barreira de comunicação não pode ser um problema", afirma o diretor-geral Caio Soares. Ainda neste ano, haverá a oferta de atendimento domiciliar.O serviço é contratado diretamente pelo RH das empresas, como um benefício extra ao funcionário, além do plano de saúde.Na Amil, o plantão telefônico pediátrico é feito por enfermeiras, com pediatra na retaguarda. O serviço começou voltado para gestantes e bebês e hoje atende crianças até 12 anos. Segundo a pediatra Izabel Pellicciari, responsável pelo programa, são 1.500 ligações ao mês. Em mais de 90% delas, as dúvidas são resolvidas à distância, sem que a criança tenha de ir ao hospital.Para o clínico-geral Gustavo Gusso, professor de USP, o serviço médico à distância é tendência no resto do mundo. "Mas é preciso ter profissionais bem formados e capacitados para esse suporte."


Fonte: Folha de S.Paulo

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Três novos medicamentos para tratar esclerose múltipla em Portugal

Três novos medicamentos para tratar a esclerose múltipla estão a aguardar comparticipação na Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e deverão ser disponibilizados aos doentes ainda este ano, avança a agência Lusa, citada pelo Diário Digital.
"Temos muitos medicamentos novos a chegar, este ano esperamos ter três cá em Portugal, já estão aprovados pela Agência Europeia do Medicamento, mas estamos a aguardar a comparticipação do Infarmed", disse à Lusa a neurologista Maria José de Sá, presidente do Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, que se realiza sexta-feira e sábado, no Porto.
Segundo Maria José de Sá, coordenadora da Consulta de Doenças Desmielinizantes do Centro Hospitalar de S. João, os doentes contam agora com "dois medicamentos orais, em formulação de comprimidos" para substituir os auto-injectáveis, por via subcutânea ou por via intramuscular.
"É muito mais fácil os doentes aderirem a uma terapêutica oral e aceitarem a doença, sobretudo numa fase de diagnóstico, em que ficam muitos baralhados e muito preocupados. O facto de a medicação ser auto-injectável é um factor acrescido de preocupação", sublinhou.
O terceiro medicamento que, de acordo com a especialista, "está no Infarmed a aguardar comparticipação, é um anticorpo monoclonal, pertence aos biológicos que são dados no hospital de dia, tem um custo maior, mas é um medicamento para casos muito graves".
Esta terapêutica destina-se "a casos seleccionados e serão poucos doentes. Ainda não há indicação do preço, mas mesmo que seja um pouco superior o impacto que traz aos hospitais será pequeno, porque são poucos doentes", considerou.
Com os novos tratamentos, "os efeitos colaterais são menores e há um ligeiro aumento da eficácia em termos de redução dos surtos e de impacto no atraso da doença, que é o que se pretende com estas terapêuticas, que não são curativas, só atrasam a progressão", acrescentou.
Em alguns casos, "conseguimos travar a doença, há mesmo doentes em que ela [esclerose múltipla] não tem qualquer evolução", salientou, referindo que "a maior parte dos doentes, 80 por cento, tem uma vida normal".
Os tratamentos inovadores é um dos assuntos em destaque no 3.º Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, cujo programa científico abordará também, entre outros temas, a esclerose múltipla pediátrica e os custos da doença na Europa.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória e desmielinizante crónica do sistema nervoso central, de etiologia desconhecida, que se inicia geralmente entre os 20 e os 40 anos e é mais frequente no sexo feminino.

RCM Pharma

Estudo simplifica cálculo de frequência cardíaca para exercícios

A frequência cardíaca (FC) é a variável de saúde cardiovascular mais simples e fácil de verificar, e com o advento de diversos tipos de aparelhos de monitoramento portáteis é cada vez mais comum ver atletas profissionais e de ocasião de olho no número de batidas de seu coração por minuto (bpm) durante a prática de exercícios. Nessas horas, porém, cada pessoa tem uma FC máxima que sinaliza quando atingiu seu limite de esforço e que serve para guiar a atividade física.
Mas para saber qual é sua FC máxima é preciso fazer um teste de esforço controlado em laboratório, o que muita gente não faz ou nunca fez. Diante disso, em academias e outros ambientes do tipo, também é comum o uso de equações simples, que levam em conta a idade do praticante, para calcular qual seria este número para seu caso. Tais estimativas, no entanto, são falhas e, pelo menos para jovens adultos, com entre 18 e 35 anos, o melhor é adotar um valor fixo de 188 bpm, aponta estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado esta semana no periódico científico “International Journal of Cardiology”.
Principal autor do estudo, o médico Claudio Gil Araújo, professor visitante do Instituto do Coração da UFRJ e especialista em medicina esportiva, explica que, quanto maior a frequência máxima, mais “saudável” é considerada a pessoa. Com a idade, porém, a frequência tende a cair, e por isso as fórmulas recebem tanta atenção. Mas à frente da Clínica de Medicina do Exercício, onde já atendeu milhares de pessoas, Araújo observou que, embora para pessoas mais velhas estas equações ainda se mostrem úteis, para os jovens adultos as variações na FC máxima são muito pequenas — o que o motivou a buscar um número que melhor refletisse a totalidade deste universo.
— O ideal mesmo é que, antes de começar uma prática regular de exercícios, cada pessoa faça um teste controlado de esforço para descobrir qual é sua real FC máxima. Mas como em geral jovens de 18 a 35 anos saudáveis não têm razão para fazer este exame, a não ser que queiram treinar para serem atletas de elite, atribuir o valor constante de 188 bpm para eles se mostrou um melhor preditor do que as fórmulas normalmente usadas — afirma. — Observamos e juntamos as peças para mostrar que não há bases biológicas para acreditar que a FC máxima varie tanto entre os jovens adultos, numa forma de facilitar ainda mais a prática de exercícios, que é comprovadamente benéfica para a saúde em diversos níveis.

Fonte: O Globo