terça-feira, 24 de março de 2015

Novo remédio oral contra o diabetes tipo 2 chega ao mercado


Pacientes que convivem com diabetes tipo 2 ganharam mais uma opção de tratamento para adoença. Acaba de chegar ao mercado um novo medicamento oral da classe dos inibidores de SGLT2, cujo mecanismo de ação permite a excreção do excesso de glicose pela urina. A empagliflozina (nome comercial: Jardiance), produzida pelos laboratórios Boehringer Ingerlheim e Eli Lilly, está sendo vendida ao preço médio de R$ 125 (caixa com 30 comprimidos).

Testes clínicos realizados com 1.616 pacientes de todo o mundo, inclusive brasileiros, mostraram que a empagliflozina também ajuda na redução do peso, uma vez que retira açúcar, ou seja, calorias do organismo. Pacientes que tomaram o medicamento na dose menor (10 mg) conseguiram perder 2,3kg após 24 semanas de avaliação, e aqueles que usaram a dose maior (25 mg) emagreceram 2,5kg no mesmo período.
Outras vantagens da droga comprovadas em estudo foram o controle da pressão arterial e a redução dos níveis de triglicérides (tipo de gordura ruim presente no sangue) e de ácido úrico. Todos estes fatores ajudam a diminuir o risco de complicações do diabetes, sobretudo de problemas cardiovasculares. No entanto, a empagliflozina aumentou o risco de infecções genitais nos pacientes.

— Foram episódios únicos, de fácil tratamento — diz o endocrinologista Douglas Barbieri, gerente médico de grupo da Eli Lilly.

Disfunção renal tira eficácia do medicamento

Segundo o nefrologista Artur Beltrame, a empagliflozina tem perda de eficácia em pessoas com disfunção renal moderada a grave.

— É um remédio que precisa de um rim bom, senão a glicose não chega até ele para ser eliminada — explica Beltrame, professor da Universidade Federal de São Paulo.
Ainda não existem estudos comparativos da eficácia da empagliflozina em relação a outros inibidores de SGLT2, como a dapagliflozina e a canagliflozina, que estão há mais tempo no mercado.
A nova droga foi testada com administração uma vez ao dia. Os melhores efeitos foram vistos em pacientes de 45 a 65 anos, com sobrepeso e hipertensão. Para pessoas acima de 75 anos, indica-se cuidado pela propensão à desidratação e à perda da função renal.

Fonte: EXTRA GLOBO