domingo, 27 de outubro de 2019

PROTETOR SOLAR EM CÁPSULA SUBSTITUI O PRODUTO TRADICIONAL?



Não. Ele diminui, mas não bloqueia os efeitos nocivos do sol sobre a pele.

Já imaginou não ter mais o trabalho de passar filtro solar no rosto e no corpo todo, nem a necessidade de reaplicá-lo a cada duas horas e muito menos a preocupação de que ele saia da pele quando você entra na água ou transpira muito? Esse é o pensamento que vem à cabeça de muita gente quando vê uma caixinha de protetor solar em cápsulas na farmácia.

Mas não é exatamente essa a finalidade desse tipo de produto, que não dispensa a proteção tópica quando você se expõe ao sol. Até o momento não existe comprovação científica de que fotoprotetores orais tenham a mesma eficácia dos filtros disponíveis em loção, creme, gel creme ou spray. 

Aliás, nunca é demais alertar para a importância de usar protetor solar, já que 70% dos brasileiros admitem que não o aplicam todos os dias, de acordo com uma pesquisa realizada por Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele. 

Os fotoprotetores orais devem ser complementares aos de uso tópico. Eles ampliam a proteção contra o sol porque agem de dentro para fora do organismo, atuando de forma sistêmica na proteção do DNA celular, enquanto os protetores convencionais atuam localmente na pele. As cápsulas, portanto, não têm o poder de barrar a penetração dos raios ultravioletas na pele, como o filtro tradicional faz, mas amenizar os danos provocados pela radiação durante e depois da exposição.

Por que o filtro solar oral funciona?

A matéria-prima mais utilizada na fabricação desses produtos é o Polypodium leucotomos, uma espécie de samambaia nativa das regiões tropicais e subtropicais das Américas, rica em compostos polifenólicos com importante ação antioxidante. O ativo possui, ainda, propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras (regula as reações imunológicas de um organismo).

Como reforçam as defesas da pele, os filtros orais evitam os efeitos nocivos pós-exposição ao sol, como vermelhidão, alergia, aparecimento de manchas e perda de elasticidade quando usados regularmente. Eles colaboram para conseguir um bronzeado gradual e uniforme e são considerados bons coadjuvantes no tratamento de doenças de pele como melasma, vitiligo e xeroderma pigmentoso (uma doença genética rara).  

Pessoas que têm tendência a desenvolver câncer de pele também podem se beneficiar dos fotoprotetores orais. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Como o produto aumenta a tolerância da pele ao sol, garante uma proteção a mais para aproveitar o verão sem medo.

E como agem os filtros tópicos?

Existem dois tipos e, embora tenham mecanismos de ação diferentes, ambos são seguros. Os protetores químicos, que são os mais comuns, possuem moléculas que absorvem a radiação ultravioleta e a transformam em radiação de baixa energia. Dessa forma, criam uma camada de proteção que reage com os raios solares, impedindo que eles penetrem na pele e danifiquem o DNA celular. Já os bloqueadores físicos, também chamados de inorgânicos, são compostos de minerais como o óxido de zinco e o dióxido de titânio, que ficam depositados sobre a pele. Essas substâncias criam uma barreira que faz com que os raios solares batam e sejam refletidos. 

Todo mundo pode usar protetor solar em cápsula?

Os fotoprotetores orais podem ser comprados na farmácia ou manipulados. Por serem feitos à base de vegetais, não são considerados medicamentos e, portanto, praticamente não têm contraindicações. Mesmo assim, eles não devem ser usados sem a recomendação de um dermatologista, principalmente por pessoas que têm doenças de pele. É necessário passar por uma consulta com o especialista que, a partir de uma avaliação individual, irá receitar a formulação adequada, a dosagem e o modo correto de uso. 

Fontes: Fernanda Massaoka, dermatologista do Hospital São Luiz; e Tatiana Gabbi, médica do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). 

Sibele Oliveira
VivaBem

ASPIRINA NÃO É MAIS RECOMENDADA PARA PREVINIR DOENÇAS CARDIOVASCULARES



Por muito tempo, recomendações de saúde pública dos Estados Unidos sugeriam que uma dosagem baixa de aspirina diariamente poderia proteger a população com mais de 50 anos de riscos de doenças cardiovasculares.

Agora, uma nova diretriz emitida em conjunto pelo American College of Cardiology e American Heart Association, afirma que "a aspirina deve ser usada com infrequência na prevenção primária de rotina de doenças cardiovasculares ateroscleróticas devido à falta de evidências". Ou seja, pessoas saudáveis não precisam usá-la diariamente após os 50 anos da idade.

A mudança foi baseada em estudos feitos em 2018, principalmente três artigos publicados em setembro no The New England Journal of Medicine. Um deles estudou 19 mil pessoas com mais de 65 anos e de diversas etnias e mostrou que a aspirina não só não ajuda na saúde, como causava aumento da mortalidade.

Os dois grupos concordaram que, para idosos com baixo risco --sem histórico prévio de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral -- o risco de sangramento gastrointestinal supera qualquer benefício cardíaco.

No entanto, isso não se aplica a pessoas que já tiveram AVC ou infarto, ou que já passaram por cirurgias de bypass ou colocaram stent nas artérias coronárias.

Prevenção primária de doenças do coração

Abaixo, confira os principais pontos de prevenção primária apontados na diretriz:

- A maneira mais importante de prevenir a doença vascular aterosclerótica, insuficiência cardíaca e fibrilação é ter um estilo de vida saudável ao longo da vida.

- Cuidados com diferentes profissionais é uma estratégia eficaz para a prevenção de doenças cardiovasculares. Os médicos devem avaliar os determinantes de saúde que afetam os indivíduos para informar decisões de tratamento.

- Adultos entre 40 e 75 anos de idade que estão sendo avaliados para prevenção de doenças cardiovasculares devem ser submetidos a uma estimativa de risco para doença cardiovascular aterosclerótica em 10 anos (ASCVD) e discussão de risco clínico-paciente antes de iniciar a terapia farmacológica, como terapia anti-hipertensiva, uma estatina ou aspirina.

- Além disso, avaliar outros fatores que aumentam o risco pode ajudar a orientar as decisões sobre intervenções preventivas em indivíduos com quadros específicos.

- Todos os adultos devem seguir uma dieta saudável que enfatize a ingestão de vegetais, frutas, nozes, cereais integrais, proteínas e minimizar a ingestão de gorduras trans, carnes processadas, carboidratos refinados e bebidas açucaradas. Para adultos com excesso de peso e obesidade, aconselhamento nutricional e restrição calórica são recomendados.

- Os adultos devem realizar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos por semana de atividade física de intensidade alta.

- Para adultos com diabetes tipo 2, mudanças no estilo de vida, tais como melhorar hábitos alimentares e se exercitar, são cruciais.

- Todos os adultos devem ser advertidos sobre o perigo do uso do tabaco, e aqueles que usam a substância devem ser aconselhados a parar.

- As intervenções não farmacológicas são recomendadas para todos os adultos com hipertensão.

VivaBem
19/03/2019

sábado, 5 de outubro de 2019

O QUE SÃO ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS?



Pesquisadores da Universidade Sorbonne, em Paris, apontaram, em um novo estudo, que o crescente consumo de alimentos ultraprocessados pode gerar um aumento de câncer nas próximas décadas. Mas o que seriam esses tipos de alimentos? Para simplificar, são os industrializados, mas, a seguir, separamos exemplos de ultraprocessados:


Batatas frita pronta
 

Apesar de deliciosas, elas incluem muito mais do que batatas em sua mistura. Entram flocos desidratados de batata, sal, amido, dextrose, farinha de arroz, estabilizante metilcelulose (E461), óleos vegetais e especiarias, além de serem pré-fritas. Isso já coloca o produto na categoria de alimentos ultraprocessados.


Barra de chocolate
 

Açúcar, leite em pó integral, massa de cacau, manteiga de cacau, soro de leite em pó, gordura vegetal, gordura de manteiga desidratada, emulsificantes lecitina de soja e poliglicerol polirricinoleato e aromatizante costumam compor o doce. Gostoso, sim. Saudável, nem tanto.


Macarrão e tempero instantâneo

Alimentos como esse são considerados ultraprocessados, pois levam mais de 20 ingredientes em sua composição, o que fazem com que, frequentemente, sejam ricos em gorduras ou açúcares.


Refrigerante 

Esse tipo de bebida leva sódio, conservantes e açúcares, por conta da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir sabores indesejáveis oriundos de aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento.


Suco de caixinha


São práticos e vistos como uma boa saída para quem quer evitar refrigerantes, mas não consegue ficar só na água. O problema é que são compostas por grande quantidade de açúcar, conservantes e corantes artificiais. Quando consumidos em excesso, esses compostos podem causar desde alergias e aumento de peso até alteração na taxa de açúcar, diabetes e sobrecarga de fígado e o pâncreas.


Nuggets de aves e peixes


Para que tenham longa duração, os alimentos ultraprocessados são frequentemente fabricados com gorduras que resistem à oxidação, mas que tendem a obstruir as artérias que conduzem o sangue dentro do nosso corpo. Esse é o caso de produtos como nuggets.


Comidas congeladas



Apesar de práticas, tendem a ser muito pobres em fibras, que são essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer.


Bolachas e doces 


Apesar de muitas terem a aparência de "saudáveis", quando consumimos alimentos assim, tendemos, sem perceber, a ingerir mais calorias do que necessitamos, que quando não são gastas inevitavelmente acabam estocadas em nosso corpo na forma de gordura. O resultado é a obesidade.


Bolos prontos



Aqui também entram aquelas misturas para bolos.


Doces e balas 


Alimentos feitos principalmente ou totalmente de açúcar também são ultraprocessados. O problema principal é o risco de serem vistos como saudáveis, cujo consumo não precisaria mais ser limitado. Isso porque a publicidade explora suas alegadas vantagens diante dos produtos regulares ("menos calorias", "adicionado de vitaminas e minerais"), aumentando as chances de que sejam vistos como bons.


Barras de cereais 


Apesar da cara de saudáveis, também entram na categoria de ultraprocessados.


Sopas instantâneas

O maior perigo no consumo da sopa instantânea é a presença excessiva de sódio, que dificulta o funcionamento de órgãos como coração e rins, fundamentais para a adequada circulação do sangue. De forma geral, são adicionados alguns minerais e vitaminas, mas, em comparação com a sopa caseira, o valor nutricional é praticamente inexistente.


Iogurtes e bebidas lácteas



Adoçadas e aromatizadas, elas aumentam o risco de obesidade. A melhor opção é ir no iogurte natural e integral.


Pão de hot dog e de hambúrguer



Segundo especialistas, o tipo de caloria presente no hot dog é chamada de "vazia" --ou seja, pobre em fibras, vitaminas e sais minerais, como cálcio e ferro. O pão também costuma ser rico em carboidratos de alto índice glicêmico. Na lista de ingredientes, mais de 15 itens, como emulsificante mono e diglicerídeos de ácido graxos.


Molhos prontos 


Não é recomendado, pois é acrescido de sal, açúcar e conservantes que podem fazer mal à saúde. No caso do molho de tomate (para macarrão), a melhor opção é usar o de tomate pelado, que possui menos sódio e menos ingredientes industrializados.


Pães produzidos em série



De forma simplificada, alimento processado é tudo aquilo que leva pelo menos algum ingrediente com nome pouco familiar e não usado em preparações culinárias naturais, tais como ácido fosfórico e xarope de caramelo. Uma forma prática de diferenciá-los dos ultraprocessados é consultar a lista de ingredientes. Mais de cinco itens "diferentões" já colocam o produto nesta categoria, pior para a saúde.


Salgadinhos de pacote


Gostosos e baratos, mas nada bons para a saúde. Aqui, a regra é simples: melhor optar sempre por alimentos in natura ou minimamente processados aos snacks. O seu organismo agradece!

Fonte: Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde

ALGUNS ALIMENTOS SÃO INFLAMATÓRIOS E PREJUDICAM SUA SAÚDE


  
 Doces e frituras são sempre associados à inflamação, entenda melhor o que isso

Nos últimos tempos as pessoas que buscam uma alimentação saudável têm se deparado com um novo termo de ingredientes vilões: os alimentos inflamatórios. Mas o que isso quer dizer? É muito comum ter essa dúvida, até porque estamos acostumados a associar as inflamações do corpo a uma região que ficou avermelhada e inchada. Mas ela pode significar outras situações. 

Existem dois tipos de inflamação, que ocorrem como um mecanismo de defesa e são disparadas pelo sistema imunológico. A mais conhecida é a de alto grau, que ocorre após trauma ou lesão, e que tem como características a dor, calor, rubor (vermelhidão) e edema (inchaço). Esses sintomas ocorrem pois há um aumento da dilatação dos vasos sanguíneos para levar os nutrientes necessários para a reparação do tecido afetado. Ela costuma ser localizada e ter curta duração, geralmente de 3 a 4 dias. 

Diferente da inflamação de baixo grau, que pode perdurar por anos. É um fenômeno que começou a ser estudado há cerca de 10 anos e não apresenta sintomas tão específicos, sendo uma doença silenciosa. Quando o tecido está inflamado, começa a perder sua função clássica e por isso contribui para o surgimento de doenças metabólicas e crônicas. 

Veja alguns exemplos:

. O fígado passa a metabolizar mal as substâncias no nosso sangue e a produzir gordura demais;

. Os músculos deixam de captar glicose e acontece a chamada hiperglicemia, favorecendo a ocorrência de diabetes tipo 2;

. O tecido adiposo libera gordura na corrente sanguínea e eleva o colesterol;

. As veias e artérias captam e acumulam mais gordura (aterosclerose) e envelhecem mais rápido (arterioesclerose);

. O hipotálamo, responsável pelo metabolismo e pela sensação de fome, queima menos calorias e perde essa capacidade de controle, com o aumento patológico do apetite (hiperfagia).


E o que os alimentos tem a ver com tudo isso?

A alimentação tem relação direta com esse processo de prevenção e recuperação. Isso porque certos nutrientes estão ligados com a produção dos chamados mediadores inflamatórios, substâncias que ao atingir as células podem promover ou até retroalimentar o processo de inflamação.

Um exemplo é o excesso de gordura saturada. Nosso organismo pode confundir o nutriente sozinho com uma bactéria, pois a parede celular desses microrganismos é revestida com esse tipo de gordura. Com isso, as células que têm receptores do sistema de defesa detectam esse tipo de gordura e ativam o processo inflamatório. 

O modo de preparo e a quantidade de consumo de certos produtos é o que mais interfere no potencial inflamatório em uma dieta. Assim é importante entender como isso funciona e quais alimentos criam maior propensão à inflamação no organismo. Veja abaixo: 


- Alimentos fritos: a fritura provoca modificações nas propriedades nutricionais e na estrutura molecular dos alimentos que afetam a disponibilidade dos ácidos graxos essenciais (que em geral são anti-inflamatórios). Além disso, os óleos vegetais industriais possuem gordura trans, que é altamente inflamatória e está relacionada com ao aumento do LDL ("colesterol ruim") e diminuição do HDL ("colesterol bom"), e que aumenta as chances de aterosclerose --acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos. O ideal é optar por preparações cozidas, refogadas ou ensopadas. 



- Alimentos ultraprocessados: são ricos em açúcares e/ou gorduras para aumento do sabor e conservação, e costumam ser pobres em vitaminas, minerais e fibras. São produtos industrializados e incluem salgadinhos, biscoitos e enlatados. Por causa do estímulo aos mediadores inflamatórios, o consumo desses alimentos pode desencadear uma inflamação de baixo grau, e até tornar-se crônica, levando a fatores de risco para outras doenças.


- Carnes vermelhas: apesar de terem importantes nutrientes, como proteínas, ferro, zinco e vitamina B, estudos demonstram que o consumo excessivo de gordura animal estimula a secreção contínua de ácidos biliares no intestino, que agridem a mucosa do cólon e induzem a apoptose (morte celular programada), em um microambiente propício à inflamação. 

Além disso, métodos de preparo que envolvem altas temperaturas e baixa umidade (como fritar, grelhar e assar) favorecem a formação de compostos pró-inflamatórios, neste caso as aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Considerando que o ambiente inflamatório poderia se relacionar a alguns tipos de câncer, como o de cólon e reto, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) recomenda o limite de ingestão de 500 g de carne vermelha cozida por semana. 


- Carnes ultraprocessadas ou embutidos: alimentos como peito de peru, presunto, salsicha, linguiça, salame, bacon e toucinho contêm gordura saturada, mais especificamente ácido araquidônico, que é um tipo de gordura com alto potencial inflamatório nas células. De maneira bem simplificada, é reconhecida como um agressor pela membrana de nossas células, que respondem com a liberação de citocinas (moléculas) pró-inflamatórias. 



- Ingestão excessiva de ômega 6: o desequilíbrio entre o elevado consumo de ômega 6 (presente em óleos vegetais, como o de milho e soja) e a pouca ingestão de ômega 3 (encontrado em peixes de água fria como atum, arenque, salmão e sardinha, e em algumas sementes, como a linhaça e chia) tem sido apontado como uma das prováveis causas para o aumento da incidência de doenças inflamatórias nas populações. 
Com a ação de enzimas, os ácidos graxos ômega 6 podem ser convertidos a eicosanoides (moléculas), que são potentes agentes pró-inflamatórios. Assim recomenda-se menor consumo de alimentos ricos em ômega 6 e maior consumo de alimentos fontes de ômega 3.


- Excesso de açúcar refinado: o elevado consumo de açúcares rapidamente absorvíveis, presentes em alimentos industrializados como suco de caixinha, barras de cereais, bolachas, iogurtes e pães, interfere e compromete a ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que tem como função metabolizar a glicose. Em excesso, pode causar até a resistência da sua ação e provocar a sinalização de uma inflamação para o corpo. 


- Óleos vegetais: óleo de coco, de palma e dendê estão relacionados com quadros inflamatórios por ter na sua composição gordura saturada, mais especificamente pelo ácido láurico e mirístico, que são ácidos graxos que facilitam o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos (aterosclerose).

O outro lado
Linhaça é uma boa fonte de ômega 3, nutriente anti-inflamatório

Em contrapartida, alguns compostos presentes em alimentos, como os chamados bioativos, podem ter atividade biológica capaz de reduzir a resposta inflamatória. Como é o caso do ômega 3, presente principalmente em peixes de água fria e em algumas sementes, a chia e a linhaça; o resveratrol, presente em uvas; a curcumina, presente na cúrcuma; as catequinas do chá verde; entre outros. 

Cabe ressaltar que uma alimentação equilibrada baseada em alimentos in natura e minimamente processados e a prática regular de exercício físico podem melhorar o metabolismo e o perfil inflamatório, ficando mais perto de um equilíbrio nutricional e metabólico.

Fontes: Dennys Cintra, professor e coordenador do Laboratório de Genômica Nutricional e do Centro de Estudos em Lipídios e Nutrigenômica da Unicamp; Natália Simonian Ghedini, doutoranda em Ciências da Saúde (Unifesp); Thaís de Moura Neves, mestranda em Alimentos, Nutrição e Saúde (Unifesp); Clarissa Casale Doimo, nutricionista especialista em nutrição esportiva.

Priscilla Auilo Haikal
Colaboração para o UOL VivaBem

domingo, 6 de janeiro de 2019

PEELING NO VERÃO: SIM OU NÃO?




A maioria das pessoas já deve ter ouvido que os peelings são procedimentos que só devem ser feitos durante o inverno. Não é bem assim. Existem muitos tratamentos que podem ser feitos durante o ano inteiro, com toda a segurança, inclusive no verão!

O termo "peeling" deriva do inglês e significa descamar. O procedimento faz uma abrasão das camadas da pele com a finalidade de remover células mortas. Dessa forma, suaviza marcas de expressão, clareia manchas e auxilia na diminuição das cicatrizes de acne.

Existem os peelings químicos, feitos com aplicação de substâncias (ácidos) na pele, e os físicos, nos quais é realizada uma esfoliação (microdermoabrasão) cutânea. Os peelings químicos ainda podem ser classificados como superficiais, médios e profundos, dependendo da profundidade que os ativos penetram na pele. Quanto maior a profundidade do peeling, mais sensível e descamativa fica a pele, e maior o tempo necessário para a sua recuperação.

No verão são mais indicados os peelingssuperficiais, um tratamento mais leve, que tem como vantagem a recuperação rápida da pele. Ela não fica tão vermelha e sofre descamação suave por, no máximo, dois dias. Esse tipo de peelingé indicado para peles mais oleosas, com acne, manchas ou poros dilatados, deixando-a com aspecto mais uniforme e luminoso.

O tratamento pode ser eventualmente repetido a cada 30 dias. Existem vários tipos de peelings superficiais, como de ácido glicólico, salicílico, retinoico e mandélico. A indicação varia de acordo com a queixa da pessoa e cada tipo de pele.

Peelings mais profundos e agressivos devem ser evitados nessa época do ano, pois deixam a pele muito inflamada e, consequentemente, mais susceptível a manchas pós-procedimento (hipercromia pós-inflamatória) e cicatrizes.

Nos peelings físicos, a pele é submetida a uma esfoliação que pode ser manual ou através de aparelhos. Um exemplo bem popular é o peeling de cristal. Nele, é aplicado sobre a pele um pó de óxido de alumínio. Essa modalidade é indicada para quase todos os tipos de pele e o nível de abrasão depende da indicação do peeling. Caso seja realizada apenas microdermoabrasão (esfoliação), o paciente é orientado a aplicar o filtro solar a cada duas horas, pois a pele não descama, mas fica mais fina. Esse procedimento é indicado para melhorar o aspecto dos poros dilatados e a textura da pele, e pode ser feito durante o ano inteiro.

Dúvidas esclarecidas? Procure seu dermatologista para saber qual o peeling mais indicado para você realizar.

Adriana Vilarinho
Viver Bem

ACERTE NA APLICAÇÃO DO PROTETOR SOLAR, USANDO A REGRA DAS COLHERES DE CHÁ.




Você já se perguntou se passa a quantidade certa de protetor solar? E quanto à hora de reaplicar, tem ideia de qual seja? Com o verão chegando, a importância de proteger a pele dos efeitos do sol se torna ainda mais necessária. No entanto, ainda existem muitas dúvidas em relação à porção ideal e o intervalo de reaplicação do produto.

De acordo com o Guia de Fotoproteção na Criança e no Adolescente, desenvolvido pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) com o apoio da Johnson & Johnson, para acertar na quantidade de protetor solar, indica-se usar a “regra das nove colheres de chá". Em crianças, o indicado é usar meia porção do adulto.

"O que muita gente não sabe é que a efetividade do protetor solar está relacionada à utilização adequada em quantidade e frequência”, diz a pediatra Sabrina Battistella. Segundo ela, a regra das colheres é um método fácil para pais e cuidadores aplicarem o produto da maneira correta.


O ideal é reaplicar o protetor a cada duas horas, após entrar na água ou depois de sudorese intensa


Funciona da seguinte maneira:

Rosto/cabeça/pescoço: 1 colher de chá
Frente e atrás do tronco: 2 colheres de chá
Braço/antebraço direitos: 1 colher de chá
Braço/antebraço esquerdos: 1 colher de chá
Coxa/perna direitas: 2 colheres de chá
Coxa/perna esquerdas: 2 colheres de chá

Brasileiros não usam protetor solar

Segundo uma pesquisa realizada pela Consulfarma e pelo IPUPO Educacional, o número de brasileiros que não aplicam filtro solar diariamente aumentou e já chega a quase 2/3 dos consumidores. De acordo com os dados do estudo, 65% da população não aplicam o filtro solar diariamente --em 2015, esse percentual era de 53% e, em 2014, 57%.

Além disso, 69% dos entrevistados não reaplicam o fotoprotetor e 32% aplicam o produto apenas no rosto. Segundo Battistella, a reaplicação do produto é tão importante quanto usar a quantidade adequada. O ideal é passar novamente a cada duas horas, após entrar na água ou depois de sudorese intensa. "Com suor, água e mesmo quando esfregamos as mãos no rosto e em outras partes do corpo, ocorre a remoção física do protetor. Portanto, é necessário reaplicar de maneira uniforme, para que o fator de proteção solar (FPS) se mantenha conforme o indicado na embalagem", completa ela.

Viver Bem